segunda-feira, 20 de junho de 2016

BEBIDA OU REFRIGERANTE DE GENGIBRE(Gengibirra)




Esta é mais uma preciosidade, trazida pelos imigrantes aqui para o sul em meados do século XIX. Esta receita, é oriunda dos descendentes alemães, bem guardada e utilizada pela minha sogra, a Sra. Nivalda Schroeder.
Se pesquisarem na internet, verão varias bebidas com o gengibre e variações de ingredientes, onde incluem o limão, laranja e até abacaxi. No estilo italiano, verifiquei também, uma bebida similar que não adiciona  cachaça e que o liquido não passa por fervura. Prefiro utilizar esta formulação de minha sogra, apenas diminuindo a quantidade de açúcar, que na versão original era de 1,2 kg, para os 800 gramas da receita abaixo, que deixa a bebida menos adocicada, porem, muito saborosa. Minha sogra, ainda prefere cortar e amassar(macerar) o gengibre, porem, eu utilizo a tecnologia e corto-o bem fino no processador elétrico.
Outra coisa; o gengibre é extremamente saudável e se tiverem um tempo adicional, vejam no link a seguir, algumas de suas propriedades e benefícios.
http://www.mundoboaforma.com.br/9-beneficios-do-gengibre-para-que-serve-e-propriedades/

 


INGREDIENTES



  • 7,5 litros de água
  • 800 gramas  de açúcar refinado
  • 250g de gengibre picado
  • 1 colher (de sobremesa) de fermento de pão granulado
  • 1/2 copo de cachaça

MODO DE Preparação



  1. Em uma panela preferencialmente de inox, coloque a água, o açúcar e o gengibre e assim que iniciar a fervura mantenha  por mais 15 minutos. Reserve e espere o líquido amornar e adicione o fermento por cima do liquedo, sem mexer,  e a cachaça. Aguarde mais umas 20 horas e em seguida  pode-se peneirar  em um pano para reter os conteúdos sólidos. Armazenar  em garrafas pet, e coloca-las na geladeira. É importante deixar um pequeno espaço entre a tampa e o liquido, pois haverá o processo de fermentação e gaseificação, o que é desejável e agradável no consumo desta bebida. 

sábado, 9 de julho de 2011

ANGOLISTAS FRANCESAS (Galinhas de Angola, Tô Fraco, Capote, etc)

Angolas francesas aos 60 dias
Por força de minhas origens, e educação dos pais, tive uma infância e juventude muito eclética, podendo absorver no meu convivio, aprendizados de holericultura, carpintaria, marcenaria, pintura, mecanica, eletricidade, etc.
Frisei esses pontos, porque na minha ótica de educar, todas as crianças deveriam desde o berço, ter um contato mais efetivo com as coisas da terra; poder conviver na intimidade, com animais e plantas. Especialistas reforçam a tese, de que crianças que convivem mais intensamente com animais, serão jovens e adultos, talhados para uma vida mais amorosa e de relacionamentos mais afetivos, efetivos e de respeito ao próximo. Apesar de nossas "crianças" estarem caminhando para tres décadas de vida, ainda mantemos onze(15) cachorrinhas ao nosso lado.
Bem, vamos ao tema; ha mais uma preciosidade no nosso Sul, pois se divagar especificamente sobre animais e plantas, o assunto vai longe!
Ha mais de 18 anos que crio angolistas, e em 2006, por indicação de meu saudoso amigo Martin, fui atrás de informações a respeito de uma raça, com maior volume de carne, e através da internet, cheguei num fabricante de chocadeiras, de Brasilia, que indicou-me a fonte de compra de matrizes, com a qual mantenho contatos até hoje.
 Vou fazer um breve relato da origem e comportamento dessas aves, para melhor compreensão.

Angolas aos 5 meses

Apesar de estarem bem ambientadas e  domesticadas em terras brasileira, as angolas foram trazidas do territorio africano, e ainda preservam  alguns de seus hábitos selvagens. Gostam de andar em bandos, empoleirar-se em lugares mais altos e são extremamente  barulhentas; sendo  seu grito "tô-fraco" a sua marca registrada. Por isso, são excelentes guardians e quando percebem a presença de estranhos, animais ou qualquer anormalidade, põe-se a gritar. São criadas como aves ornamentais e como produtoras de carne e ovos. Sua carne, de cor mais escura, lembra uma carne de caça,  tem consistência firme e de sabor inconfundível, e para o meu paladar e de alguns amigos, melhor do que o próprio faisão. Na culinária nordestina  é a famosa capote ou guiné, ingrediente de pratos interessantes, como podem ser vistos no próprio site da Emape. Na agricultura colabora com o equilíbrio biológico, pois devora lagartas, formigas,  carrapatos e outros insetos.
E a pergunta que não cala: Se são originarias da África, por que francesas?
As angolistas originais, tem como peso máximo, em torno de 1,6 kg, e as francesas aos dois ou tres anos podem passar de 3,5 kg. Francesas, em função do aprimoramento genético promovido pelos laboratórios franceses, um dos paises mais avançados nesses estudos. As minhas, são oriundas da EMAPE do Ceará, que mantem parceria com laboratório frances e de onde procedem suas matrizes. Quanto à plumagem, continuam idênticas. 
Com cerca de três meses, com um bom trato, principalmente à base de ração e muito verde, elas atingem o peso de 1,9 kg, estando prontas para o abate.
Apesar de existirem muitas formas de preparo, vou-lhes passar uma receita que a Rose, minha esposa, faz constantemente, aqui em casa:
Ingredientes:
- 1 angola de aproximadamente 2,5 kg;
- 2 cebolas de cabeça média;
- 1 pimentão;
- 3 folhas de louro;
- 3 tomates;
- 1 tablete de caldo de carne(complementar com sal, se necessário)
- 3 dentes de alho, picados;
- orégano, salsinha e outros temperos, açafrão, à gosto;
- 2 colheres de molho caseiro(ver receita mais abaixo)
Preparo:
- Corte a angola em pedaços e frite-os para dourarem. Reserva-se.
- Refogar bem os temperos,  juntar a carne e ir cozinhando, tendo o cuidado de ir colocando agua quente, aos poucos, para formação de um molho consistente. Após mais ou menos, uma hora, estará pronta para ser servida, que pode ser acompanhada com polenta, arroz, macarrão, maionese, etc. E uma boa salada, é claro!
Quanto ao molho, que citei acima, é uma receita caseira que nos acompanha ha mais de 30 anos, e a usamos em carnes, peixes, etc.
- 8 a 12 pimentas dedo de moça;
- 10 folhas de louro;
- 2 a 3  cabeças de alho;
- 1 lata de massa de tomate(média);
- 1 garrafa de vinagre(aqui em casa, pela abundancia de limão, substituimos o vinagre pelo seu suco)
- Bate-se tudo no liquidificador.
Bem, agora é só desfrutarem.


Angolas aos dois anos

segunda-feira, 20 de junho de 2011

FRESCAL de carne, da serra catarinense

Como disse em minha apresentação, as vezes gosto de brincar com a arte culinária, portanto, gostaria de partilhar com os amigos, mais esta preciosidade no sul, ou melhor, do Sul, pois esta receita que os apresento, foi criada em terras catarinense, mais precisamente, nas cercanias do planalto serrano. Meu aprendizado, se deu no final dos anos 90, quando tive o privilégio de conhecer o médico veterinário, Juarez Cardoso, à época, assessor do gabinete da então prefeita de Floripa, Ângela Amim. Em companhia dele e de outro Soamarista fanático, o saudoso Giovani de Lima, viajamos para varias cidades brasileiras, notadamente, Brasília, Manaus, Belém, etc; onde presenteamos os nossos amigos anfitriões, da Marinha e do Exército, com esta preciosidade.
O curioso, é que apesar de ser o seu ajudante nas primeiras viagens, quando resolvi colocar em prática os seus ensinamentos, nas duas primeiras tentativas, simplesmente não acertei. Esbravejando ao telefone, fui tirar satisfação com o mestre Juarez, achando que ele estava escondendo o "pulo do gato"; quando então, questionou-me: "Gilberto! voce pesou o sal que colocasses nas carnes? E respondi-lhe, que não, e que apenas havia colocado este tempero,  à olho. Bem, o resto de nossa conversa não os interessa, mas posso dizer-lhes, que depois do puxão de orelhas que deu-me, nunca mais errei a receita, mas também, não mais deixei de pesar o precioso SAL.(combinado de sal médio com arisco completo)
Em nossa última viagem, em novembro de 2010, na companhia de meu filho Fernando, e dos amigos, Luizinho e Claudio, à convite do saudoso General José Jaborandy Junior, fomos conhecer São Gabriel da Cachoeira, no noroeste do Amazonas, divisa com a Colômbia e a Venezuela, onde, para doze oficiais e suas famílias, servimos mais uma vez o "nosso" FRESCAL, cuja receita segue na íntegra, abaixo: 
A carne, preferencialmente eu utilizo o colchão mole e a picanha, mas pode ser feito também com alcatra, maminha, etc.
Cortar o colchão mole em lascas (pedaços) com mais ou menos 7 cm de espessura. A picanha deve ser preparada no seu tamanho original.
 O PREPARO:
Misturar 1 kg de sal médio com  100 gramas de tempero Arisco completo.(tradicional)
As carnes, serão revestidos com este tempero, à base de 3%, ou seja: Para cada kg de carne, passa-se 30 gramas deste preparado, OK?
Em seguida, colocá-las no recipiente de legumes, no fundo da geladeira durante 24 horas, sendo que, a cada 8 horas, víra-se as carnes e retíra-se o liquido acumulado no recipiente.
Após este procedimento, pendurar as carnes por um cordão, num pequeno furo que deve ser feito em uma das extremidades, e colocá-las  dentro de uma caixa protegidas com tela para insetos, durante aproximadamente  40 a 48 horas. (vide foto abaixo)
Esta caixa, deverá ficar debaixo de um beiral da casa, sem que apanhe sol. Se o tempo estiver chuvoso, este periodo deve ser abreviado para umas 30 horas.
A primeira etapa está pronta.
Para ser assada na grelha, a carne deverá ser cortada em fatias transversais de aproximadamente 2 a 3 cm.
Depois de assada, cortadas novamente em fatias finas de 2 a 3 mm.
Bem, o segredo final, esta no tempero à parte, que deverá ser pincelado em cima da carne em ambos os lados, a medida que você for assando-a na grelha.
EIS O TEMPERO MÁGICO:
500 ml de azeite de oliva extra virgem, de boa qualidade;
500 ml de Shoyo;
500 gramas de manteiga SEM sal; 
5 cabeças de alho;
01 pacotinho de orégano;
02 maços de salsinha fresca;
02 maços de cebolinha verde.
Aquecer a manteiga para torná-la líquida, e bater tudo no liquidificador.
OBS. Este tempero, bem como a mistura do sal, dará para fazer várias porções, de acordo com a quantidade de carne a ser preparada, que poderá ser congelada, para servir posteriormente, por um periodo de até 3 meses.
Este mesmo tempero, é passado em pãezinhos franceses que deverão ser tostados na brasa e servidos em pedacinhos, como acompanhamento.
Além desses pães que ficam bem crocantes, outros acompanhamentos para o frescal, são saladas de pepinos e tomates, e também,  frutas, tais como, a banana, o  abacaxi e a própria manga que são assadas na grelha, e servidas com pitadas de açúcar de baunilha e canela em pó.
Por derradeiro, quero frisar, que este é o tipo de alimento, para ser degustado sem pressa, principalmente em encontros de longas conversas, pois não deixa ninguém empanzinado, como normalmente acontece nos churrascos tradicionais.
Espero, que tenha lhes causado, pelo menos, uma curiosidade inicial, pois estarei à disposição para sanar eventuais dúvidas que possam surgir, através de meu e-mail.
Meus amigos de cozinha, em SGC.
Bom apetite!

Com nosso Anfitrião em São Gabriel da Cachoeira/AM


Fazendo farinha e tucupí com os indígenas em SGC.









quarta-feira, 1 de junho de 2011

POLPA DE JUÇARA - Açai de norte a sul - Extraida dos frutos do palmito juçara

Juçara em Corupá/SC
Para quem aprecia a polpa de açaí e seus derivados, é muito importante que tenham ciencia de algumas particularidades.
O açaizeiro, é a planta de onde extrai-se, de seus frutos, o que convencionamos chamar de açaí. Esta palmeira, só é encontrada do Estado do Maranhão para o extremo norte do pais. Saliento, que no Maranhão, as duas espécies nascem e frutificam igualmente, e ambas são colhidas e processadas sem distinção, sendo que, a mais de 50 anos na capital São Luis, comemora-se anualmente, entre os meses de setembro e novembro, a famosa Festa da Juçara.
Até uns 20 anos atrás, aqui na região Sul,  desconhecia-se, que da juçara, outra palmeira muito abundante, de caule, folhas e frutos identicos ao açaízeiro, conseguia-se extrair a mesma polpa, com vantagem de possuir ingredientes nutricionais, com maiores %, comparados ao do açai. A nossa juçara, que nasce e frutifica, do Estado do Maranhão para o extremo sul, é de onde extrai-se o palmito, consumido em forma de conservas. Por isso, ela estava sendo dizimada do nosso litoral, onde  nasce naturalmente, em função do clima quente. Seu corte é extremamente proibido, razão dos fazedores de conservas, migraram para o plantio da palmeira real e a pupunha.
Tenho a impressão, que na região Sul, a grande maioria dos consumidores de açaí, jamais tenham provado sua polpa, no seu estado natural. Nesta condição, é um produto sem sabor atraente, tal qual um abacate sem açucar. O povo do norte e nordeste do pais, aprendeu a consumi-la "in natura", no seu dia a dia, por força da cultura indígena, sem adicionar componentes algum, apenas saborea-la acompanhada da carne de sol, do camarão seco, do peixe frito e da famosa tapioca, que é um granulado, derivado da farinha de mandioca.(polvilho)
De Pernambuco para o Sul, a população aprendeu a aprecia-la, porem, acrescentando outros ingredientes e adoçantes, tais como: Xarope de guarana, granola, leite, frutas e em forma de sorvete.
Ha aproximadamente 10 anos, comprei em Belém/PA, uma pequena despolpadeira  e desde então tenho produzido minhas próprias polpas, com os frutos que tenho colhido nas regiões de Garuva, Joinville e Corupá, que me abastecem o ano todo, e ha ainda um pequeno excedente que repasso aos meus amigos que apreciam esta iguaria. Outro dado curioso, é que a produção de frutos da juçara, acontece nos meses de abril a junho, enquanto, no extremo norte do país, os frutos do açaizeiro são colhidos, praticamente o ano inteiro. Outro dado interessante, é que onde resido, em São Bento do Sul/SC, estamos numa altitude de 906 metros, impróprio para o cultivo da juçara, porem, no bairro de Rio Natal, que faz divisa com Corupá, sua topografia varia de 600 até 70 metros de altitude; e dependendo de fatores climáticos as juçaras produzem muito bem, com cachos chegando a 9 kg. Em 2017, em pleno mês de outubro, na chácara da família Rank, colhemos mais de 200 kg. Ja no ano seguinte as intempéries não permitiram que os cachos amadurecessem uniformemente.


  O mais importante disso tudo, é que a própria EPAGRI, que é a Empresa de Pesquisa Agropecuária e  Extensão Rural de Santa Catarina, colocou no seu planejamento de 2012, o fomento ao plantio da juçara em nosso Estado, como uma fonte a mais de renda e emprego aos nossos agricultores e pescadores; tanto é, que o nosso Estado já é o maior produtor de polpa de açaí, a partir da palmeira juçara, do Brasil, e os municípios de Antonio Carlos e Biguaçu, na grande Florianópolis ja o inseriram na merenda escolar. Veja a reportagem no link abaixo, do Diário Catarinense.
 http://dc.clicrbs.com.br/sc/nos/noticia/2017/12/acai-catarinense-ameacada-no-passado-pela-extracao-de-palmito-palmeira-jucara-se-valoriza-no-verao-10096710.htmlEnviado
Em ação isolada, com a devolução das sementes processadas, tenho incentivado os agricultores que me vendem os frutos, principalmente em Corupá, onde a grande maioria vive do plantio de bananas, a consorciarem essas plantas, como uma forma  de renda extra, pois, tenho certeza, que essa cultura veio pra ficar.
Colei abaixo, um site, com informações nutricionais dessas duas palmeiras, produzido pela engenheira Maria das Graças C. P. Costa Silva, de Itabuna/BA.
Cacho de frutos da juçara